Carlota Joaquina era filha do rei de Espanha, Carlos IV, com D.
Maria Luísa de Bourbon. Nasceu em Abril de 1775, em Aranjuez. Aos 10 anos foi
obrigada a contrair matrimónio, por
via da procuração, com o príncipe português D. João, filho de D. Maria I. D. João tornou-se príncipe regente
após a morte do seu irmão mais velho e depois de declarada insanidade a sua
mãe.
Carlota Joaquina era uma mulher feia, de personalidade forte, que tentava constantemente impor as suas
vontades. Interesseira tentou de
imediato mandar no seu marido. No entanto, D. João não cedeu aos seus
desmandos, o que afastou o casal. Quando D. Maria I adoece, com problemas de
demência, D. João passa a viver no
Palácio de Mafra, ao seu lado, enquanto Carlota Joaquina permanece no Palácio de Queluz, juntamente com a
família real. A princesa deu à luz nove filhos, entre eles Pedro de Bragança,
que viria a ser o futuro rei do Brasil.
Chegou ao Brasil contra a sua
vontade e optou por viver sempre
distante do marido, em localidades mais campestres, como Botafogo, por
exemplo. Eram vistos juntos apenas em eventos públicos. O seu humor variava
muito. Caso fosse péssimo, era capaz de mandar castigar quem não se ajoelhasse
quando ela passasse com a comitiva.
Como não podia colocar a
autoridade de D. Carlota em risco, D.
João procurava mantê-la vigiada por agentes secretos, que contratava para
seguir todos os seus passos. Mas Carlota
Joaquina era demasiado esperta e encontrava
sempre forma de comprar um deles para que a mantivessem informada do que se
passava no Palácio Real e na Quinta da Boa Vista. Francisco Gomes da Silva,
conhecido por Chalaça, era um dos espiões, que ficou conhecido por trabalhar
para os dois, simultaneamente. Entre as várias informações que chegavam ao
príncipe estavam incluídas os vários
amantes da sua mulher e as tramas
que articulava contra o príncipe, no intuito de lhe tirar o poder das mãos.
Em 1816, após o falecimento de D.
Maria I, Carlota Joaquina é declarada
Rainha.
Quanto regressa a Portugal, após
a Revolta do Porto, torna pública e notória a sua insatisfação com o regime constitucional que impera, o que implica
a invalidação do seu título honorífico português. Isolada da Quinta do
Ramalhão, arquiteta várias formas para retomar
ao absolutismo. Depois do falecimento de D. João VI, tentou convencer o
filho D. Miguel a apoderar-se da coroa, mas em vão. Esta pertencia, por
direito, a D. Pedro I, que a reivindicaria.
D. Carlota Joaquina morre no Palácio
de Queluz, em 1830.
Descubra mais sobre as histórias da monarquia que Portugal tem para contar. Visite-nos: www.besttimetour.com.