Para uma visita completa à cidade
de
Lisboa, não deixe de visitar o boémio
Bairro Alto, em pleno coração da
cidade. É conhecido pelos inúmeros bares e restaurante que oferece aos seus
visitantes. É, também, um dos grandes locais de
diversão noturna, ainda que
durante o dia seja um bairro pacato. O contraste entre as noites
agitadas e os dias calmos no
Bairro Alto é notório. Comércio de
rua, teatros, museus, restaurantes e bares não irão faltar. Após escapar ao terramoto
de 1755, o Bairro Alto mantém intacta, até hoje, toda a sua história.
Entre o séc. XIX e o séc. XX,
encontravam-se no bairro as sedes dos principais jornais e tipografias
portugueses. Havia diversidade de faixas etárias, meios sociais e interesses
culturais. O mundo jornalístico esteve sempre presente, de forma muito marcante,
no Bairro Alto. Dia e noite cruzavam-se escritores, jornalistas, ardinas
e políticos que davam ao Bairro Alto um ambiente intelectual, de cultura e
pensamento. O Bairro Alto comemorou, em 2013, os seus 500 anos.
No teatro público do
Bairro
Alto, António José da Silva, o Judeu, dava a conhecer as suas peças. O poeta
Nicolau
Tolentino e
Almeida Garrett escolheram o Bairro Alto para
viver. Sendo a
casa de Almeida Garrett, na Rua da Barroca, um centro de
debates de ideias liberais.
Nos meados do século XIX o
fado invadiu todos os espaços, desde as tabernas aos locais de trabalho
e bordéis, levando a reunir à mesa marinheiros, fidalgos, atores, burgueses, rufias e poetas em momentos únicos no seu dia-a-dia.
No fim da década de 70, aparece
o Souk, a Rock House e o Jukebox, espaços noturnos dirigidos a gostos
urbano-depressivos, de uma nova geração. Foi, contudo, com o aparecimento da
discoteca "Frágil", em 1982, que se deu a revolução no Bairro
Alto, quando o proprietário Manuel Reis, conseguiu atrair o mais variado
público, desde artistas plásticos, alunos, professores de cinema, teatro, atores,
atrizes, designers de moda, jornalistas, etc., que fizeram da discoteca "Frágil",
não só um local de diversão, mas também um local de convívio com ambiente
barroco e intimista. O Bairro Alto estava assim na moda, tanto de noite como de dia, quando, em 1986, diversos estilistas e
designers abriram por lá lojas de roupa.
O Bairro Alto é, indubitavelmente,
um Bairro apaixonante, paradigmático, cheio de atracões e de história. Típico,
popular e arrojado mistura o passado com o presente e deixa encantado
por quem passa pelas suas ruas estreitas, outrora percorridas por coches. O
ambiente eclético e multicultural faz-se sentir e convida a passar por
lá bons momentos.